Cigarro após cigarro. Como folhas que se folheiam na continuidade do texto. Até atingir o ponto final, sem mais parágrafos, alguns acham que eu não percebo que é o fim e escrevem Fim.
Amachuco o maço vazio.
Na falta imediata procuro pontas de cigarros que não tenham sido fumadas até ao fim. Por vezes os livros têm continuidade, é uma boa maneira de vender uma estória que tanto podería ficar por ali como arrastar-se pelas gerações futuras e render mais um bocado, mesmo que o conceito tenha deixado de ter interesse e os próximos até caiam mal fazendo esquecer o tomo primeiro, que até agradou.
Demasiado alcatrão, escaldam os lábios e os dedos estas beatas...
Nada como um cigarro fresco, novo, o doce aroma das folhas ripadas e enroladas na mortalha fininha e maleável.
Há livros que nem vale a pena passarmos do primeiro capítulo, é tudo muito do mesmo, aquela cega-rega desgraçada em que se pena até à separação total dos personagens e acaba tudo num mar de lágrimas.
Mas vende, o que as pessoas gostam é do declinio alheio... Por vezes tenho ataques de tosse que duram minutos, prometo-me que vou parar com este maldito vicio.
Mas depois lá chegam mais livros, guardo-os, engulo o seu conteúdo e vai tudo para baixo. Fumo mais um cigarro, o prazer depois do prazer. Às vezes...
Deve de haver qualquer outra coisa que me faça menos mal, que não me provoque estes acessos de falta de ar e esta sensação de ter um saco de gatos dentro do peito. Talvez livros cientificos... Deve de haver.
3 comentários:
um bocado massudo, não?
Ena! Uma visita ao armazém!
Pois é...
Bom, se é massudo é na secção de culinária. Agora se quer dizer maçudo...hum, deve ser, deve ser... Ah! Já sei! Actas parlamentares!
Já agora, se precisar de uma cedilha para pôr na calcada há por aí umas perdidas. É só levar.
ehehehehehehe
Adorei a resposta, este Guarda-livros é pior que um Guarda Fiscal, quando os devia de haver.
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