Recebi uma notazinha lá de cima.
Para estar preparado que vão aparecer os serralheiros.
Os serralheiros?
Será para estantes novas? Estas estão a rebentar pelas costuras... mas as estantes são todas em madeira de cedro e nogueira, não percebo que raio de modernices são estas...
Lá apareceram, às pancadas à porta, não souberam carregar na merda da campainha como toda a gente!
Sim, sim, já sei, só não sei ao que vêm...
Nada. Moita carrasco, fecharam-se em copas e não me disseram nada.
Furos, marteladas, um chiqueiro a caír das paredes. Um deles só assobia, não faz nenhum, dá umas palavras ao outro que morde uma beatinha que está sempre do mesmo tamanho, mas não percebo rigorosamente nada do que dizem.
Ouça, não se pode fumar aqui!
Fazem de conta que não existo. Nem me olham, nem me respondem.
E de repente... quando olho para a parede mesmo ao lado do postigo da porta de entrada...
Mas o que é isto???
Um relógio de ponto?
Devía de haver mais consideração por mim. Afinal aqui, eu sou a autoridade, o chefe supremo, o único aliás. Mas parece que sou o corno, o último a saber de tudo.
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