Chove copiosamente.
Neste dias gosto de me dedicar de corpo e alma à poesia. Gosto da tristeza que ela me provoca, dos frémitos de dor e saudade, sou o poeta. Sou o fingidor e eu também. Este, aquele e ainda o outro. Leve, levemente como quem chama por mim. Torno-me carinhosamente ridiculo como uma carta de amor.
Gosto de me vestir de poeta. Mas só nos dias em que chove a direito.
Devíam de haver mais dias de poeta, devíam de haver mais dias em que me encontro comigo como a chuva encontra a terra.
2 comentários:
senhor Guarda Livros,
nunca o julguei possuidor desses sentimentos.
fiquei satisfeito por saber.
em tempo de chuva, vista-se de poeta à vontade, mas não esqueça o impermeável e o chapéu de chuva.
mas oiça, não sei se deverá ler à mulher do seu patrão os seus poemas...
Coelhinho, eu tenho coração!
Sou um Guarda-Livros muito sensível!
Embora não transpareça neste fato puído nem na minha expressão sisuda, sofro muito cá no fundo...
E olha, chuva civil não molha Guarda-Livros.
... Embora com a esposa do patrão, quem anda à chuva molha-se...
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