55.

Ora então , devem ter pensado que aquilo de me demitir era só da boca para fora!

Não é?!

Não, não é!!!



Acabou!



Até um Guarda-Livros tem o seu orgulho, o seu carácter, a palavra de honra!


E se disse que me demitia, é porque me demito MESMO!!!



Não mexi nem mais uma palhinha! Nada! Estão a perceber?! Mesmo nada de nada!


Os livros estão à porta, do lado de fora pois está claro, que não abro o postigo mais vez nenhuma, deixei de ser escravo, tenho comido o pão que o diabo amassou e sempre cumpridor, sempre escrupuloso, sempre ciente dos meus deveres.



Já viram que paga tive? Pois que se lixe! Acabou-se o bonzinho do Guarda-Livros! Estou livre para aceitar os empregos que me quiserem oferecer. Empregos, ouviram bem. Trabalhos tenho eu tido desde sempre, mais que o Hércules, que foi um menino de coro ao pé de mim.



PFFFFF!!!


(Esta cena de reclamar também cansa...)



(Quem será agora o cabrão que está a tocar ao postigo?... Toca prá'i oh boi! A ver se me mexo...)



Deve de haver um outro qualquer serviço que se encaixe nas minhas aptidões. Não acham?

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