54.

E como se não bastasse os gajos do sindicato tive depois que levar com o patrãozinho.


Ou seja: O patrão achou que os sindicalistas apareceram por eu ser um queixinhas.


EU?


Eu sou o Guarda-Livros. Aquele que aguenta todas as personagens, o que trepa escadas e escadotes para no topo das estantes arrumar os calhamaços que ninguém conhece a não ser eu, eu sou o Guarda-Livros, o que recebe os manuscritos e as confissões ansiosas de quem nunca verá nada vir a lume, eu sou o Guarda-Livros, aquele que não escolheu ser Guarda-Livros mas aceitando a minha condição sou o melhor Guarda-Livros que há porque tenho honra e brio no que sou. E não, não sou contabilista, sou eu que guardo os livros.


Devería de haver outra forma de todos, TODOS, entenderem o que sou. Mas uma vez que parece não haver só me resta uma saída: Demito-me.

4 comentários:

marina disse...

De deve e haver não entendo nada
Gosto é de viajar...
:)

GUARDA-LIVROS disse...

Mimizinha,

Não é deve e haver.

É deve DE haver.

É que o primeiro é para os contabilistas e eu sou um Guarda-Livros!

Ou era!
Já não sei...

marina disse...

Pois, pois, é capaz DE haver, ou deve.
Mas isso de ficar a guardar os livros deve ser uma maçada, não?!

GUARDA-LIVROS disse...

Mimizinha,

Tem dias...

Mas ando cansado e desalentado.

Os livros já não são o que eram.