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Só me faltava mais esta. A Feira do Livro. Daqui a dias acaba aquela estucha e depois é vê-los a correrem aqui ao postigo a chamarem por mim para lhes arrecadar o resto que não venderam.


Devem achar que esta merda é um depósito, uma arrecadação e que eu sou o criado deles.


Cada Editora aparece aí cheia de pressa, sempre mais importante que qualquer outra, rapam dos seus pergaminhos, do seu nome, a instituição cultural que são! Vê-se. Se fossem não tinham escritores de meia-tijela que tanto se exibem no Parque Eduardo VII como junto aos legumes de um hipermercado... Eu sei destas coisas, que eu sou informado e além disso escuto muito bem, ouço-lhes os mexericos, as intrigas.


E como se não bastasse levar com os gajos da Capital a seguir lá vem as pilhas dos gajos do Norte. Até ao fim de Junho não vou ter sossego, a campainha não vai parar, esgotam-me.


Devería de haver alguém a ajudar-me nestas alturas criticas! Eu sou só um! E ganho menos de meio Guarda-Livros!

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