4.

Há livros que ensinam a escrever, têm uma fórmula como a coisa há-de ser orientada, o esqueleto da história deve obedecer a um intróito, um pico de tensão e depois a resolução e dizem os autores, que isto é tiro e queda.
Basta que a temática seja bem escolhida.
AH!
O segredo está no tema, se bem que os calhamaços que têm mais procura são os que falam de amor. E se for um amor cigano tanto melhor. Mas os amores impossíveis batem os recordes.
Eu que sei disto tudo até que podía ser o autor com mais condições para fazer saír um best-seller. Mas o meu contrato tem uma clausula que me proibe toda e qualquer actividade relacionada com a escrita e mesmo que me atirasse a uma façanha destas com o argumento do lúdico sería coisa para não saír da gaveta, nem mesmo para mostrar aos que entram, largam a sua obra e vão-se.
Resta-me a vivência, a amarga vivência de todos os heróis e heroínas que se derretem por uma coisa invisivel e letal como o amor.
Imaginam vocês quantas vezes já morri e renasci?
Isto cansa. Envelhece. Mas de todas as vezes sinto sempre como a primeira, a novidade de me apaixonar e sentir o fogo consumir-me lenta e doloridamente...
Deve de haver algum autor que tenha escrito um livro com uma fórmula simples sobre como não nos apaixonarmos... Tenho de procurar. Deve de haver. Tem de haver que o meu coração já não aguenta.

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