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Ando numa fona! Não tenho parado, trabalho de dia e noite, pico o ponto às horas certas para não ser caçado e faço as limpezas no maior silêncio possível para não dar o flanco. O Patrão a insistir com a matrona da mulher, que ela faz muito gosto em vir ajudar-me (Ah! Pois deve fazer! O que ela tem gosto sei EU muito bem! Mas não! Desta vez não me apanhas grande vaca!)


Engraçado, que no meio dos pós (tenho sofrido tanto com a minha alergia...) e das traquitanas que não interessam mesmo nada, tenho descoberto coisas muito boas, muito bem escritas que já nem me lembrava... É uma pena maltratar-se assim alguns autores só porque não têm nome na praça. Coitados. Devem ser tão miseráveis quanto eu...


É que isto é preciso passar por elas para se saber o que custa. Há por aí muito boa gentinha que não vale um caracol, escrevem resmas de livros ao ano sempre com sucesso garantido. Aquilo não tem nada que saber, obedece a um esquema predefinido e depois é arranjar as personagens certas: Homem e mulher, amor desavindo, encontros carnais, despedida e já está. Ou então falar-se de qualquer coisa que ninguém sabe muito bem o que é (mas ninguém diz que não sabe), muito esotérica, muito superior, que soe muito bem e pumba! Mais um sucesso!


Acho que vou dar uma facadinha... Vou deixar aqui mesmo na estante principal um manuscrito que descobri que vale oiro. Só não é de ninguém conhecido.


Deve de haver quase de certeza algum esperto que apareça a dizer que conhece muito bem este autor... Só porque está entalado nos vendáveis. Tssstssss.

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