61.

Acabaram as limpezas. Melhorei consideravelmente da alergia mas tenho as costas a doerem como as de Cristo depois da flagelação. Não tenho posição para nada. E claro, a vida continua: Vai de subir escadas, escadotes, carregar com pilhas de livros, dobrar, vergar, agachar, empoleirar, vai, vem, mais isto, mais aquilo.


A campainha não tem parado. Com a Primavera é sempre isto, qualquer macaco edita, qualquer um acha que escreve. E eu que me amole a entrar nas personagens, a saír das personagens, tudo uma piroseira!


Sim! Que eu sou Guarda-Livros mas sei o que é bom! Aliás... Eu daría um óptimo critico literário. Dos melhores. Imparcial (mas sem crueldade claro!).


O mundo está a perder-me, essa é que é essa. Ganhou um Guarda-Livros zeloso, cumpridor, orgulhoso das suas capacidades mas por dentro o meu coração é todo ele de critico literário...


Triste. E belo. Grandioso. Como só os bons corações conseguem ser...


Deve de haver no céu um lugar só para mim, um paraíso de mel e flores. Bem, flores não... Sou alérgico aos poléns.

1 comentário:

coelhinho disse...

um lugar só para si, senhor guarda-livros!

tem a certeza que se dava bem sem mais ninguém a fazer-lhe companhia? olhe que uma ou duas anjinhas não seria de deitar fora...